Senti o cheiro dele mais uma vez e meu estomago embrulhou todo.
Meu sentimento foi de medo e desespero, logo pensei: o que foi que ele fez comigo?
Naquela hora quis tanto chorar, porém, não chorei, esperei o vento passar pela minha epiderme e levar todas as dores que ali sofri.
Mas o vento não levou.
Fico assustada quando vejo o modelo de carro que é igual o dele, minha respiração fica lenta e penso mil maneiras de conseguir fugir do local.
Parece coisa de filme, parece que isso nunca vai acontecer conosco,
Mas me aconteceu.
Alguém que dizia me amar, que me dava rosas, que dizia que era suficiente,
Era a mesma pessoa que reclamava das roupas que usava, do quanto era ruim eu estar cuidando da minha saúde física.
Era a mesma pessoa que gritava comigo em público, me humilhava, me fazia chorar e gostava disso.
Era a mesma pessoa que não aceitava não como resposta.
Ele me fez sentir que não era suficiente porque ele se sentia assim.
Ele arrancou meu brilho, minha luz, a melhor parte de mim.
Deixei de me cuidar, deixei de me amar, deixei de fazer tudo por mim para viver em prol dele, e quando comecei a olhar para mim novamente, ele não aguentou saber que eu sabia que sou suficiente para mim mesma.

Amante de (d)escritas, poesias, artes, faltas, incertezas, apaixonada por gatos, linhas tortas,
livros (in)acabados. Sou mulher selvagem, calma, bruta, serena, mistura de todas as mulheres
que habitam em mim.