Ilustração de menina se maquiando no espelho.

Nos olhos de minha mãe

Aprendi de verdade o que era o amor quando olhei nos olhos da minha minha mãe, aos 22. Não tinha outro horizonte em que eu buscava ancorar minha visão naquele momento, se não ali.

Muito antes daquele momento, me lembre de negar palavras de amor. Para me mostrar melhor, menos frágil, mais armadura. Hoje, eu tenho o prazer de amar. Eu vivo pra isso. 

Minha mãe foi quem me ensinou o que significava afeto. Aos 18, já viveu o maternal, sem nem ter experimentado todos os românticos. Aos 25 gerou o familiar, a partir daí quis ensinar o que de melhor fazia: Amar. Eu aprendi mãe, aprendi até mais do que deveria. Aprendi tanto que não sei mais parar. 

Busco em todos os outros olhares achar o que o dela me traz. Casa. Pra onde eu quero sempre voltar. Hipócrita e metamórfica da minha parte, me tornar tão água depois de ser tão velha. Sou mais verdade assim. 

Minha mãe me mostrou, sem falar, que o abraço é a melhor forma de amar. Hoje eu corro pro dela, antes morria de medo dele. Prefiro minha versão assim, de pedir afetos, do que negar amores. Por que cogitamos em fingir fortaleza? 

Igual andar de bicicleta, demorei mais que o esperado, mas aprendi pra sempre o que era amar e não quero nunca mais parar. Pelos olhos de minha mãe.

Leave A Comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.