Fortaleza é o que aparenta ser. E ter.
As portas estão fechadas. Olho em volta e não vejo saída.
Como alcançar a liberdade?! Se somos livres por dentro, nada pode nos aprisionar por fora. Então, qual será o caminho?! Existe uma chave?! Onde encontrar?!
Alice perguntou e o gato Cheshire respondeu:
“Se não sabe para onde ir, então qualquer caminho serve”.
Será mesmo que qualquer caminho serve ou é preciso escolher um?! Será que todos os caminhos levam a um único lugar?!
A escolha da direção que busca a liberdade, exige coragem. E muita. Coragem de seguir em frente, sem ter receio do que está sendo deixado para trás. É fitar o horizonte e pensar que sempre existe um outro lugar para pousar. É cortar as amarras que nos puxam para trás, soltar as correntes e deixar a âncora no fundo do mar. Depois disso, é preciso emergir e construir um caso de amor com a própria vida. Olhar para o alto, para o supremo e continuar.
Para além disso, existe a angústia, a dor, o choro. A alma que tenta transformar todo e qualquer sentimento ruim em resiliência para construir as paredes do Forte. As barreiras que surgem viram tijolos, que são colocados um a um, para dar suporte a toda construção. Isso tudo vai ganhando vida para proteger o coração puro, o amor, a vida. Ingredientes que fazem a vida seguir. Há uma luta para que a estrutura externa continue intacta e o interno não seja atingido. É o desejo de manter em segurança os sentimentos bons, ali como estão, dentro daquele quarto, debaixo daquele teto.
As portas estão fechadas. Olho em volta e ainda não vejo saída.
Mesmo assim, não desisto. Continuo à procura do caminho, da liberdade e da coragem. Do desprendimento das coisas que afligem e oprimem. E sigo com o olhar voltado para o que faz bem, acolhe e traz sentido à vida.
Será que Alice já sabe para onde ir?! Será que encontrou o caminho?! E o que diria agora o gato Cheshire?!
As portas estão fechadas. Olho em volta e começo a ver ao longe o caminho para a saída. Há esperança.
Com os olhos embaçados, consigo enxergar algo reluzente que, bem timidamente, começa a surgir. Dá pra ver que é dourado. Bem dourado. Aos poucos o desforme se forma e se torna cada vez mais nítido. Vai se mostrando ao mesmo tempo forte e acolhedor.
Agora, aqueles tijolos que antes eram colocados um a um para formar uma barreira, se transformam em uma linda estrada. Uma estrada dourada. É a estrada com tijolinhos de ouro. Esse é o caminho. Essa é a saída. A chave da liberdade. A chave que dá a liberdade. A liberdade que acontece hoje e agora.
Jornalista, escritora, artista múltipla. Não necessariamente nessa ordem. Tem a arte em seu DNA e sempre transitou por diversos tipos de expressões artísticas. Sua paixão pelas palavras a levou para o maravilhoso mundo da escrita, em uma jornada de reconexão interior e autoconhecimento. E foi lá que criou o *Escrita de Retalhos*, um lugar onde o processo de escrita é usado para ressignificar memórias afetivas, transformando tudo em um lindo Patchwork de lembranças e afetos.
Carioca, já foi “rata” de praia, mas hoje prefere o inverno. Acha que nasceu no século errado porque ama o Vintage e o retrô. É gateira de carteirinha e também apaixonada por pinguins. Está sempre rodeada de muitos livro e de suas histórias. Adora assistir filmes e séries sempre acompanhada por um baldão de pipoca, marido e gatos.
Tem a esperança de um dia esbarrar com o coelho da Alice e torce pra ele indicar a direção da estrada dos tijolinhos amarelos, que vai levar direto para a Fantástica Fábrica de Chocolate. Afinal, trazer um pouco de fantasia e doçura à vida não é nada mal, né?!