Somos lua. Vivemos em fases, influenciamos e somos influenciadas. Subimos ou descemos marés. Dizemos para onde o vento deve tocar, mandamos no mar. Escolhemos a direção dos lemes, escolhemos não mata-los. Somos Deusa, destinos, criações. Vivemos distante, mas sentimos, já na superfície. Iluminamos, damos vida. Somos a parte sem importância da ciência, porque não somos compreensíveis para muitos. Ditamos, mas também acolhemos e amamos. Somos ser feminino, mãe de uma terra, seja ela qual for, nossa. Cultivo, desenvolvimento e fim. O ciclo mais completo da existência, sentida a cada momento. É difícil ser completa, porém, não saberíamos ser menos. Não deveríamos!
A nossa questão é: nunca precisamos de ninguém, mas queremos experimentar, constantemente, esse sentimento.
Preamar, transborda meu peito e deixar cair, escorrer toda essa força do meu ser. Densa, grande e luminosa. É bom ter nascido mulher. Senhora do divino, dura ao pisar, seja na terra ou no mar, até mesmo, no ar. Feita de aço, por isso o pratear do luar. Magnificência esplendida, que nem o espelho ou olhar podem contemplar.
Escrever sempre esteve presente na minha vida, principalmente, na minha trajetória profissional. Sem romantismos ilusórios, escrever é resistência. Enquanto mulher, amarela, antropóloga, portadora de fibromialgia e humana, sempre precisei usar a escrita como forma de desaguar. Porém, aos vinte e seis anos de idade e sete de formações profissionais/acadêmicas, tento colocar em prática o discurso.
Sejam bem-vindos à parte dos meus pensamentos e ações. Convido-lhes para o diálogo e o afeto.