“Por trás de todo homem existem uma grande” é uma frase recorrente no imaginário social. Quantas vezes você já ouviu isso? É preciso relembrar que durante muito tempo o lugar da mulher era o doméstico, o mito de Héstia representa e nos ensina sobre o fogo sagrado que aquece a casa e o alimento, mas que fica imóvel, da soleira para dentro, proporcionando um lar. Ao contrário de Hermes, o mito do mensageiro, aquele que sai de casa, se movimenta. A história da humanidade é marcada por momentos em que a mulher foi destinada à uma posição fixa, restando ao homem o papel de descobrir o mundo e nos dias atuais ainda lidamos com fantasmas do machismo.
Marianne Weber nasceu em 1870 na Alemanha numa época em que as regras sociais viam o ensino secundário como algo que poderia ser deixado de lado, pois as mulheres não tinham acesso à universidade. Mesmo assim, Marianne sai de sua cidade natal e ingressa em um colégio de formação feminina em Hannover onde conhece pessoas que a levariam a Berlim e a conhecer seu futuro marido: Max Weber.
Max Weber é considerado um dos pais fundadores da sociologia ao lado de Émile Durkheim e Karl Marx, carinhosamente chamados de os três porquinhos. A importância das obras de Weber é inegável, elas se tornaram clássicos essenciais para a compreensão de fenômenos sociológicos latentes até hoje como política e religião, no entanto, muito de seu prestígio se deve ao esforço e ao espírito incansável de Marianne Weber.
O casamento ocorreu em 1893 e apesar da sociedade na época não incentivar a educação feminina, Marianne não se restringiu aos cuidados com a casa, sem deixar de lado suas aspirações acadêmicas ela se dedicou a ensinar e ajudar outras mulheres e suas obras sociológicas seguiram o mesmo caminho. Entre 1890 e 1920 Marianne publica diversos estudos e o mais importante e vanguardista foi Esposa e mãe no desenvolvimento do direito publicado em 1907 em que a socióloga aborda questões como a autonomia da mulher enquanto esposa e mãe, sobretudo no casamento. Marianne tinha três principais eixos de análise: autonomia feminina, a instituição e estrutura do casamento e os vetores externos na habilidade de converter reatividade em ação e a dedicação a esses temas colocou Marianne como uma expoente líder do movimento feminista alemão.
Mas, quando Weber morreu em 1920, Marianne exerceu um papel fundamental para manter o trabalho intelectual de Weber, organizando e publicando dez volumes de obas póstumas, bem como uma biografia do marido, eternizando suas teorias. A autonomia feminina foi um tema importante para a vida intelectual e política de Marianne Weber e ela ocupou um papel fundamental nos bastidores ao catalogar e publicar obras póstumas de Max Weber, mas a socióloga também foi protagonista de suas próprias ideias, teorias sociais e obras, ocupando um espaço masculino e deixando um legado importante para as lutas feministas. Após esse mergulho na vida e obra de Marianne Weber, eu desejo que você, querida leitora, encontre em sua vida lugares para brilhar e lugares para ser apoio de outras mulheres, seguindo sempre a sua própria jornada.
Cientista social, doutoranda, advogada, mãe de pet, capricorniana, aventureira na cozinha, todas elas juntas num só ser! Gosto de contar a história que os livros foram meus primeiros amigos e permanecem até hoje <3 quando vc me encontrar pode perguntar sobre minha leitura atual e já aviso que meus favoritos são os suspenses policiais.
Gosto de uma conversa boa, de ouvir histórias e escrever é uma forma de mantê-las vivas. Bem vinde ao meu universo ?
Camila
Que nós, mulheres, sejamos sempre protagonistas de nossa vida, sem exceções! Muito bom ler sobre essas mulheres, que ficaram nos bastidores mas que eram atrizes principais na obra.
Parabéns pelo texto e parabéns a idealizadora do site????????
admin
Obrigadaaaaa, Camila 🙂