Na Terra a semente canta
A música da vida e aparece
Em flor, em fruto, em dom em arte
Beleza à parte
Num esplendor divino de Amor.
Na terra sou pó que ama
E conhece o ser amado em pó também
Nada sou, nada és
Mas para um e outro somo como tal
Divino mineral.
Na Água calma a transparência
Que em graça divide a luz
Em cores vivas, em arco aberto
Mostra no céu o Sol, destino certo.
Porém nas águas pode-se perder
O rumo das ondas nas encostas
Mas destas águas sobreviveu o Amor
E dele faço os versos que gostas.
No Fogo o vermelho vivo molda o barro
Molda o vidro, molda o aço
E tudo que forte tem em seu regaço
Seu ponto de fusão
Mas o Amor que enfrentou frio
Que venceu o fogo ardente
Encontrou-se e fundiu-se
Num coração.
No Ar o pólen voa livre
E dá vida aos campos, vida as flores
Sopra o vento dos desbravadores
E as naus encontram novos portos
O mesmo ar pode ser forte
Fazer-nos perder o Norte
Sem direção
Mas o Amor nos encontrou no vento
E com zelo e alento
Nos guardou em sua Mão.
Mulher, geógrafa, professora, poetisa, clown e apaixonada por playback theatre. Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá, Doutoranda em Estudos da Criança pela Universidade do Minho, em Braga, Portugal. Escrevo desde a infância, tendo a escrita de contos, poesias e crônicas como um espaço de refúgio e de introspecção. As pequenas coisas do dia a dia são as inspirações mais comuns.