Tem uma carta em específico, no tarot, que é o dez de paus. O Dez de paus é aquela carta que, sinceramente, desperta um monte de sentimentos diferentes em mim. Hoje me peguei refletindo um pouco a respeito dela, e pensei em trazer aqui um comentário ou outro, compartilhando com vocês algumas aleatoriedades.
Dependendo da perspectiva que você segue, o dez de paus funciona assim: tá difícil de carregar. É pesado. É coisa pra caramba. É extenuante, é cansativo, te deixa exaurida, acabada. Mas olha… dependendo da perspectiva que você segue, também, rola uma mensagem agregada: “foi você quem pediu pro universo, agora aguenta!”.
Sabe coisas que você pede pro universo, que você quer muito, muito mesmo, mas na hora dá um desespero? Eu brincava que essa carta devia ser a carta do doutorado. Aquela situação que você comemora muito quando entra, luta muito pra entrar, mas quando tá lá dentro… quem sabe, sabe. Quando você tá lá, sentada na frente do computador há horas pra escrever um parágrafo, pensa em desistir e já vem o pensamento “não pediu? Agora aguenta!”.
É… tem coisas que não dá pra largar assim do nada. Que a gente pede pro universo e quando vem, fazer o que? Faz parte. E as vezes é só uma fase, mesmo, dá pra encarar um pouco. Sobre essas, não sei exatamente o que falar, por aqui. Acho que mais uma mensagem que vem agregada com a carta pode ajudar (em tom de conselho): ”calma, um passo de cada vez, você dá conta!”.
Bom, mas tem outra sobre a qual eu queria conversar. Que é quando a gente insiste em algo que a gente pediu muito pro universo, depois descobriu que não era isso que a gente queria, por alguma razão, e fica insistindo em carregar nas costas. Desnecessariamente, por uma série de razões: por orgulho, por vergonha, por confundir isso com persistência, por medo do que os outros vão pensar, porque você quis muito, muito, e agora não entende porque é que não está feliz com isso… Porque você era uma pessoa, tinha uma ótica, um desejo, quando decidiu. E porque agora, que conseguiu, é outra pessoa, e pode ver por outra ótica, e pode descobrir que não era isso muito bom o que você esperava.
Muitas vezes sim, é importante insistir, é importante lutar, é importante batalhar, mas será que sempre precisa ser assim?} Em que medida seria interessante a gente observar, a gente se permitir conversar sobre isso com alguém, a gente se permitir assumir isso na terapia, a gente se permitir simplesmente não carregar mais um fardo só porque um dia fez sentido e foi desejado? Será que temos essa possibilidade? Não sei se você espera que eu responda a esta pergunta, porque não vou responder. Aliás, se você quiser responder pra mim, estou super disposta a ouvir!
Professora universitária, taróloga, dançarina, amante da vida, da arte, dos bichos, de algumas pessoas. Academicamente, atuante no circo, dança, arte, ginástica, educação inclusiva, psicologia do esporte, aprendizagem motora, história e recreação e lazer. Na vida, tudo isso com uma dose de comida, viagens e mais algumas coisas.